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Análise | Bel-Air - Nova perspectiva, mesma importância

  • Foto do escritor: Giulia K. Rossi
    Giulia K. Rossi
  • 7 de jun. de 2022
  • 3 min de leitura

Mais de 25 anos depois da estreia da aclamada sitcom Um Maluco no Pedaço, que lançou Will Smith nas telinhas, o príncipe mais pé no chão de Bel-Air está de volta, agora sob um diferente ponto de vista! Deixando um pouco de lado a comédia e focando no tom dramático da história que já conhecemos e amamos, o reboot Bel-Air lançou na Star+ prometendo muita nostalgia e emoção.


A série segue o bem-humorado e talentoso, Will (Jabari Banks), um jovem que vê sua vida virar de cabeça para baixo quando um violento acidente o obriga a sair da sua amada Filadélfia para viver com a sua rica família no bairro nobre de Bel-Air. Parece familiar, não é mesmo? Entretanto, a adaptação esquece as risadas de fundo e dessa vez trabalha os traumas do protagonista e importantes questões sociais, que pouco podiam ser aprofundadas na sitcom dos anos 90.

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Nostalgia VS. Atualidade


Para quem cresceu acompanhando as aventuras de Will em Um Maluco no Pedaço, Bel-Air está cheio de referências e easter eggs que vão colocar um sorriso no rosto dos fãs nostálgicos. Porém, mesmo aqueles que nunca assistiriam sequer um episódio da comédia, vão poder curtir e se envolver na história e seus personagens.


Contando com um elenco carismático, tanto o jovem protagonista, quanto seu tio Phill (Adrian Holmes), sua tia Viv (Cassandra Freeman), suas primas Hilary (Coco Jones) e Ashley (Akira Akbar), Carlton (Olly Sholotan) e Geoffrey (Jimmy Akingbola) vão conquistando o público, com as suas próprias tramas e conflitos. Enquanto a pequena Ashley aparece mais tímida na produção, a relação de Will com o seu primo é o que realmente rouba os holofotes, cheia de altos e baixos e aquele toque dramático que não poderia faltar em uma boa obra do gênero.

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De tudo um pouquinho, e um pouquinho de nada


Entretanto, a releitura dramática deixa a desejar na sua própria finalidade. Embora consiga captar o público com cenas e diálogos ora ou outra impactantes, o reboot fica estagnado em um meio termo que incomoda. A adaptação, de fato, aborda questões sociais de extrema relevância, especialmente quando discute o racismo e como ele é sentido de maneiras diferentes por Will e a família Banks. Porém, o drama parece ter medo de ousar e sair de discursos e situações óbvias, e se perde entre suas inúmeras narrativas.


Seja com a campanha política de Phill, o passado traumático de Will, a saúde mental de Carlton e ainda o machismo enfrentado por Vivian e Hillary em suas carreiras, a série não se permite mergulhar a fundo em suas tramas, mesclando comédia e drama, assuntos teens e adultos, sem nunca encontrar o ápice, nem em um, nem em outro. Ainda que as histórias entretenham, vale a pena dar uma respirada e focar em uma coisa de cada vez.

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O clássico, o moderno, e o relevante


Por conta do bombardeio de tramas, é natural que uma ou outra se desenvolva de maneira apressada, parecendo um pouco forçada e "difícil de engolir". E é essa mediocridade no roteiro que esconde os melhores momentos da série, e até mesmo ofusca o ótimo trabalho na fotografia e na trilha sonora da produção. Contudo, Bel-Air tem seus méritos, e não são poucos.


Afinal, seja há 25 anos ou atualmente, uma produção como essa continua sendo de imensa importância, e isso não pode ser ignorado. Com apenas alguns retoques no roteiro e foco no que interessa, Bel-Air sem dúvidas é capaz de ter um futuro brilhante como a versão mais moderna de Um Maluco no Pedaço, que, infelizmente, nunca deixamos de precisar.

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