Análise | Cinderela – Mais do mesmo?
- Carolina Mezalira
- 13 de set. de 2021
- 3 min de leitura
Com certeza vocês já ouviram falar da princesa que vai para o baile da realeza enfeitiçada pela sua fada madrinha, porém ela precisa voltar para casa a meia noite em ponto, além de que no meio disso tudo ela perde seu sapatinho de cristal para deixar uma pista para seu grande amor.

Essa mesma história já foi contada inúmeras vezes, inclusive tivemos filmes estrelados por Selena Gomez e Hillary Duff, até Maísa já foi nossa Cinderela brasileira. E quando a Amazon Prime soltou a notícia de que Camila Cabello iria protagonizar uma nova versão da princesa da Disney, os fãs da cantora não acreditavam no potencial dela como atriz, mas será que ela conseguiu provar o contrário?
Mais do mesmo?

A premissa do longa é a mesma que conhecemos na animação de 1950, porém desta vez Cinderela (Camilla Cabello) é uma jovem que sonha se tornar etilista, e que vai ao baile com o intuito de conseguir alavancar sua carreira no ramo de design de moda, enquanto isso, o príncipe Robert (Nicholas Galitzine) é um jovem rebelde sem interesse algum em assumir a coroa de seu pai, Rowan (Pierce Brosnan) ao contrário de sua irmã, Gwen (Tallulah Grieve) com novas ideias de como administrar o reino.
Ele encontra na protagonista a única saída para uma vida sem cobrança e poder viver do jeito que quiser. A história da princesa que encontra seu príncipe encantado é a mesma contada desde os anos 50, só suavizando algumas partes como: a maldade da madrasta e a rivalidade feminina entre as irmãs e a protagonista (já tinha o que dar, não acham?) mas no fundo não tem nenhuma grande novidade.
Cinderela moderna...

Pela primeira vez na história de Cinderela a diretora é uma mulher conhecida pelo seu trabalho em A Escolha Perfeita, Kay Cannon, mas sinto em lhes desapontar, onde já se viu em um reino antigo saírem por aí cantando Somebody to Love ou Perfect (tenho que confessar essa cena é maravilhosa!), porém a impressão que eu tenho é que as músicas só estão ali para ocupar tempo de cena e não para contar a história em si não agregando nada na trama como é o caso de alguns musicais.
O elenco é bom?
Convenhamos Camila Cabello não é atriz, sua atuação não parece natural, mas quando se fala de música sua habilidade é indiscutível e sua parceria com Galitzine dá certo, visto que, seu parceiro consegue segurar as pontas, vamos tirar o chapéu para Idina Menzel ela está perfeitamente bem no papel da Madrasta, além de mencionar, as atrizes Maddie Baillio e Charlotte Spencer dando vida as meias irmãs irritantes, desta vez eles estão menos más e competitivas em comparação a animação.
O rei da bagaça toda se chama Fado Madrinho....

Toda criança cresceu ouvindo que a Fada Madrinha só pode ser uma pessoa mais idosa e mulher, porém no novo filme da Amazon Prime essa figura é interpretada por Billy Porter conhecido pelo seu papel em Pose, sendo um homem gay negro, com sua atuação brilhante ele consegue fazer jovens com as mesmas características se sentirem representadas na telinha.
Mas nem tudo está perdido...
A nova história sim tem seus pontos positivos como: se aprofundar nos problemas de casamento sofrido pelo rei Rowan (Brosnan) e a rainha Beatrice (Minnie Driver) ou mostrando uma história de origem da madrasta Vivian (Mensel), jamais contados em nenhuma outra adaptação. Também a diretora conseguiu humanizar os personagens para serem mais reais, e esse filme fala sobre empoderamento feminino com muito amadurecimento.
Conduto, Cinderela é um filme ‘’fofinho’’ cheio dos clichês clássicos de dramas juvenis, mas que não tem nenhuma novidade em relação a trama conhecida do público, serve apenas para poder relaxar e curtir as músicas pops.

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