Análise | Raya e o Último Dragão - Até onde podemos confiar nas pessoas?
- @luigienricky
- 15 de mar. de 2021
- 3 min de leitura
Ah dona Disney! Que saudades eu tava da senhora, afinal, fazia uns bons anos que não tínhamos uma animação original produzida pelo estúdio, já que as duas últimas foram continuações.
Com uma qualidade técnica cada vez mais impressionante, personagens carismáticos e divertidos e uma história muito fofa e necessária, Raya e o Último Dragão finalmente chegou aos cinemas e Disney Plus Premium.

Esse conto de fadas ta diferente
Uma das maiores diferenças entre as animações produzidas pelo Disney Animations Studios em relação a Pixar, é que os filmes da Disney seguem a linha dos contos de fadas com muitas fábulas, grandes vilões e um herói esforçado, enquanto os filmes da sua irmã caçula se importam mais em criar situações inusitadas trocando o "era uma vez" por "e se".
Entretanto, Raya e o Último dragão parece algo totalmente diferente desses dois conceitos, embora a assinatura Disney Animation esteja lá!
Na história do filme todos os dragões do mundo desapareceram após unirem suas forças para combater um grande mal. A única lembrança das criaturas é uma joia magica que está sob proteção do povo de Raya. O grande problema disso tudo é que as nações vizinhas, acreditando que o reino de Raya só prosperou por causa da joia, armaram uma emboscada para poder roubar aquela que eles acreditam ser a fonte do poder.
Por conta dessa traição, a joia se despedaça e o mal volta a assolar os reinos transformando todos em pedra.

Um grande RPG
Dado o contexto de "era uma vez" é aqui que a história parece rumar por caminhos diferentes do habitual, o que foi uma surpresa para mim (e das boas). Para reunir os pedaços da joia, Raya precisa enfrentar cada representante das nações que traíram seu povo e durante essa busca, ela conhece verdadeiros amigos que se tornam parte do seu grupo de heróis (isso é muito Final Fantasy).
A protagonista dessa vez, embora seja uma princesa, também é contrária a todas as princesas apresentadas até agora. Raya não é ingênua, não confia em ninguém e sequer consegue acreditar nela mesma. A busca pelos pedaços da joia acaba se tornando uma jornada de auto conhecimento e a protagonista se verá obrigada a confiar nos estranhos que conhece pelo caminho (coisa que já fez no começo do filme e se lascou).

"Em contraste com a personalidade de Raya, Sisu é a dragão que acredita que bondade e generosidade são o suficiente para tocar os corações das pessoas"
Sem musiquinhas e tudo bem!
Se não me falha a memória, Raya é a primeira princesa da Disney (pelo menos das oficiais) que não canta. Confesso que nos primeiros minutos de filme, esperei ela largar a espada e começar a cantoria com seu amigo Tuk Tuk. Quando percebi que não ia rolar, abandonei a expectativa e passei a aproveitar o filme.
Faz muito sentido que ela não cante e também não fez falta alguma. A história avança muito bem sem as músicas que, pelo menos na Disney, são usadas justamente para avançar na narrativa. Então eu gostei da decisão e confesso que seria até esquisito ver Raya e seus amigos cantando dado o contexto pós apocalíptico do filme.

Em relação a qualidade técnica, é claro que não precisaria nem falar pois já é esperado. Os estúdios Disney Animation mandam muito bem e se os personagens não tivessem traços cartunescos, poderia passar por um live action facilmente. Os cenários são as coisas mais lindas e os efeitos especiais enchem os olhos de qualquer pessoa.
Para finalizar, quero exaltar aqui a qualidade da dublagem nacional. Cada nova animação que chega, o Brasil se mostra cada vez mais digno de ocupar o pódio de melhores dublagens do mundo!
Raya e Último Dragão está disponível no Disney Plus com Premium Access e nos cinemas. Se for sair de casa use máscara e álcool gel, combinado?

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