Análise | Resident Evil: No Escuro Absoluto - Mais uma aposta em tema defasado
- @luigienricky
- 20 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
Se você é do time que bate no peito dizendo que filmes de heróis já encheram a paciência (e as salas de cinema) é por que certamente não é do tipo que acompanha produções cinematográficas envolvendo os famigerados zumbis. Ainda que seja uma franquia de peso nos videogames, Resident Evil nunca conseguiu passar da mediocridade em cada nova adaptação feita para TV ou cinema. Infelizmente, a série de quatro episódios da Dona Netflix não é uma exceção à regra.

História Original
Uma das maiores reclamações dos fãs da franquia referente as adaptações feitas até agora é que elas se valem apenas do universo construído e personagens dos games (ainda que o primeiro filme não tenha nem isso), todo o resto sempre é conteúdo completamente novo. Isso pode até não ser um problema quando executado de forma correta, mas na maioria das vezes não é o que queremos. Acontece o mesmo aqui!
Mesmo com o retorno da uma das maiores duplas da história dos videogames (Leon S. Kennedy e Claire Redfield) a trama não empolga por ser previsível e meio desconexa do esperado. Na história, o vírus mortal que transforma as pessoas em zumbis está sendo usada novamente em um novo país, ao que tudo indica, arquitetada pelos chineses. Nesse momento, Leon é convocado pelo presidente dos Estados Unidos (sim, o pai da insuportável da Ashley) para uma missão secreta de espionagem onde deve trabalhar com dois agentes muito suspeitos, Shen May e Jason.
Enquanto isso, Claire passa a maior parte do tempo fazendo a jornalista insistente tentando descobrir o que um herói de guerra tem a ver com o secretário de defesa e a missão pra onde seu amigo, Leon, foi enviado.

Cansativo
A história até tenta criar um ar de mistério por trás de tudo, mas a trama é arrastada e com poucos momentos de ação ou tensão. A única parte que me fez prender a respiração e suar frio como se espera de qualquer coisa relacionada a Resident Evil, foi a cena da luta no submarino, de resto, mesmo que até tenha uma ou duas cenas divertidas de assistir, de modo geral ainda é tudo monótono.
Se maratonando já tive essa impressão de eternidade, imagino que as pessoas que optarem por assistir episódio a episódio, não passem do primeiro que é o pior dos quatro. Pode ser que para quem conhece Resident Evil apenas pelos filmes até possa achar legalzinho, mas deixar toda a ação para Leon enquanto Claire fica com a parte chata da história e juntar os dois apenas nos minutos finais do último episódio, foi um tiro no pé e um soco no estomago de quem estava empolgado pra assistir.

Mas não é sobre Zumbis?
Antes de qualquer coisa, o mais óbvio que se vem a cabeça quando se fala de Resident Evil, são os zumbis. Acontece que em No Escuro Absoluto, eles são deixados de lado para dar foco a trama politica que é sim muito importante, mas não é mais legal que ver cérebro de zumbi espalhado no chão. Se não me falha a memória, a série tem apenas duas cenas com zumbis humanos carniceiros, que são bem fraquinhas por sinal.
Depois disso temos os ratos zumbis, uma grande transformação de um zumbi consciente como é característico da série e um zumbi de cama tentando ser revivido por parentes e é só isso! Na tentativa de tratar o vírus como uma arma biológica como ele é de fato, os produtores preferiram tirar o foco das transformações e carnificina, o que não deixou um gosto bom na boca dos fãs.
Embora a ambientação seja decente e ultra realista, lembre bastante dos games em alguns momentos de jogo de câmera e caracterização de personagens, parece que a animação em si é muito mecânica e com movimentos antinaturais, fazendo parecer que você realmente está vendo uma cena de CGI do Playstation 3, mas não aquelas cinemáticas bem elaboradas e sim as cutscenes de transição de tela. Em certo momento, chega a ser frustrante.


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