Novo filme de anime, Belle, busca quebrar estereótipos do gênero feminino!
- Nicolas Galvão
- 22 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Olha só essa, fenders! Aqui no site nós curtimos muito animes e sabemos que alguns de vocês também são fãs. Então que tal um filme de anime que combate a desvalorização das mulheres e meninas na cultura japonesa? Pois essa é a proposta do novo filme do diretor Mamoru Hosoda, Belle!

O novo filme de Mamoru Hosoda, Belle, é inspirado em sua filha de 5 anos, com o objetivo de mudar a representação dos personagens femininas que tem sido frequentemente considerada problemática ao longo dos anos.
"Eu sinto que as personagens femininas nos animes japoneses são frequentemente retratadas através de uma lente de desejo que leva à sua exploração sexual, e muito é descartado como uma liberdade de expressão", disse Hosoda ao The Washington Post em uma entrevista recente.
O diretor discutiu ainda como a animação japonesa influenciou fortemente a percepção de mulheres e meninas e o que significa ser poderoso e bonito, mas não de uma forma positiva.
"Tal exploração tem sido justificada com a noção de que está acontecendo em um mundo de fantasia, e não na realidade. Mas sinto que, com certeza, essas percepções estão conectadas e influenciarão nossa realidade".
Belle é uma releitura do conto de fadas A Bela e a Fera. A história segue Suzu, uma tímida jovem de 17 anos que se preocupa com sua aparência e fica desmotivada para tocar música depois que sua mãe morre. No entanto, após ingressar no mundo virtual conhecido como "U", ela assume a personalidade de Belle, uma estrela pop encantadora com cabelo rosa esvoaçante, e rapidamente ganha um imenso número de seguidores.

Hosoda descreveu como sua filha de 5 anos inspirou o filme e sua mensagem sobre o uso do poder da tecnologia como uma ferramenta para o empoderamento feminino e uma força para o bem:
“Ela ainda está na pré-escola e é bastante introvertida, então imaginei como ela iria sobreviver quando entrar nas redes sociais e começar a ter todos os tipos de interações online. Para a geração mais jovem, a norma será viver em ambos os mundos e que os dois mundos sejam suas realidades. E a Internet desempenha um grande papel para eles levantarem sua voz e saírem para o mundo”.
Recentemente, Hosoda gerou polêmica na indústria de anime ao criticar como outros diretores retratam personagens femininas em seus trabalhos. Enquanto alguns questionam se seus personagens são realmente diferentes daqueles que ele condena, outros elogiam os esforços do diretor. A professora Akiko Sugawa, da Universidade Nacional de Yokohama, credita a Hosoda como uma das pessoas que trabalham para desafiar a desvalorização das mulheres e meninas pela cultura japonesa.
Embora projetos como Belle sejam um grande passo para frente na indústria de anime, de acordo com a professora Sugawa, ainda há muito espaço para melhorias e a indústria precisa reconhecer vozes mais diversas:
“Agora há mais retratos positivos de personagens LGBTQ+, e trabalhos que levantam questões sobre problemas sociais. E com a ascensão de diretores e tomadores de decisão de anime mais diversos, há esperança de mais mudanças por vir”.
Belle deve estrear nos cinemas dos Estados Unidos ainda esse ano, mas não temos nenhuma informação sobre uma possível estreia no Brasil.
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