Oscar 2022 | A Filha Perdida – O verdadeiro significado do amor materno
- Carolina Mezalira
- 28 de mar. de 2022
- 2 min de leitura
A grande premiação do Oscar acabou de acontecer e, na sua grande maioria, os longas que concorrem na categoria de melhor filme são sempre chamados de "cult". Esse tipo de produção pode até não agradar todos os amantes da sétima arte, mas, em contrapartida, tem uma fotografia magnífica com uma história de superação por trás.
Todas essas condições se enquadram perfeitamente em A Filha Perfeita, filme lançado exclusivamente no Netflix. Já adianto que não é meu estilo de filme favorito, porém, não posso negar que é uma obra prima.

No filme acompanhamos a jornada de Leda (Olivia Colman), uma mulher de meia idade divorciada, que decide passar suas férias na Grécia sozinha e logo nos primeiros dias se depara com Nina (Dakota Johnson) e sua filha pequena.
Ao observar de longe as dificuldades da jovem em lidar com sua cria, Leda começa a relembrar seu passado como mãe e tem seu corpo invadido por crises de ansiedade causadas pela culpa que carrega em ter abandonado suas filhas por anos.
Flashbacks

Essas lembranças vão sendo apresentadas no decorrer da trama em forma de flashbacks, como peças de um quebra cabeça que precisa ser montado para que os telespectadores entendam a natureza inquieta da protagonista. A cada pensamento, compreendemos que Leda, já na sua versão mais velha, está consciente das escolhas infelizes que fez na sua juventude, contudo, se a protagonista pudesse voltar atrás com certeza ela mudaria tudo para melhor.
Que elenco!

Não podemos esquecer que A Filha Perfeita é adaptação de um livro homônimo da escritora Elena Ferrante, e também sabemos que uma releitura para as telonas nunca é uma tarefa fácil. Porém, por ser a estreia da diretora Maggie Gyllenhall, ela está de parabéns e fez um trabalho brilhante ao transmitir personagens tão intimistas das páginas para a tela.
Em parte, esse feito se dá pelas incríveis atuações de Olivia Colman, Jessie Buckley e Dakota Johnson. Colman sem sombra de dúvidas tem uma incrível presença de cena que atrai qualquer um, sua personagem é extremamente observadora, mas capaz de passar para o público as diferentes emoções que ela está sentindo em curtos espaços de tempo.
A química entre Leda e Nina (interpretada por Johnson) acontece na maioria das vezes sem palavras, apenas por troca de olhares. Gyllenhall sabe apresentar muito bem a dinâmica entre a dupla e aposta em close-ups para expor o que cada uma sente.
O filme fala sobre a maternidade....

O foco principal do filme é a maternidade, Nina está passando por problemas com sua filha; Leda se considera uma mãe desnaturada, mas como o amor materno é fortíssimo ela sempre lembra delas com carinho. A romantização sobre a beleza de ser mãe dá espaço a uma dura realidade de responsabilidades.
A Filha Perfeita pode ter não ter ganhado o Oscar, mas foi um dos grandes vencedores da noite, pois fala de assuntos complexos sem parecer cansativo para o público. E não podemos esquecer que o elenco é grandioso, crescendo cada vez mais no decorrer do filme.

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