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Oscar 2022 | No Ritmo do Coração - Trama e elenco na sintonia perfeita!

  • Foto do escritor: Giulia K. Rossi
    Giulia K. Rossi
  • 3 de mar. de 2022
  • 3 min de leitura

Nesses últimos anos, a Apple TV+ lançou uma produção ou outra que chamou a atenção das críticas especializadas (cof, cof, Ted Lasso), mas o filme No Ritmo do Coração chegou fazendo muito barulho, e inclusive entrou na corrida do Oscar desse ano! Mas e aí, será que o drama de Sian Heder merece ganhar a competição?


Adaptação do filme francês, La Famille Bélier, o longa acompanha Ruby (Emilia Jones), a única ouvinte em sua família de surdos. Contudo, a vida da jovem se complica quando descobre o seu talento e paixão pelo canto, e precisa decidir entre seguir o seu sonho na música ou ajudar no negócio de pescaria da família.

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Esse clichê tá com um tom diferente...


A trama explora conflitos semelhantes a quase toda produção norte-americana, retratando questões comuns (e um tanto clichês) da adolescência, como bullying, primeiros amores e dúvidas sobre o futuro. Entretanto, No Ritmo do Coração amplia tais assuntos e os coloca em um outro patamar, trazendo um novo olhar dentro da mesmice, e sustentando uma história que, mesmo em sua maioria previsível, conquista o telespectador do começo ao fim.


O sucesso da narrativa se dá, principalmente, aos personagens carismáticos que compõem o universo do filme, em especial a família Rossi. Enquanto Ruby sai do estereótipo de adolescente mal humorada, e se mostra uma garota determinada e corajosa, os seus pais e seu irmão também captam o coração do público, ora tirando gargalhadas, ora provocando lágrimas na audiência. E é nesse ritmo de emoções que o longa de Heder segue o tempo todo!


Entretanto, não é só a família protagonista que rouba a cena, afinal, o professor de música de Ruby, o famoso Bernardo Vilalobos (Eugenio Derbez), é tão importante quanto para a progressão da trama. A gente adora a boa e velha história do professor exigente com o coração de ouro, não é mesmo? Além disso, é inegável que a dinâmica dele e de sua aluna é uma das melhores partes da produção.

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Elenco sem falhas!


E os aspectos positivos do filme não param apenas dentro da tela, pois vale ressaltar que, além de um roteiro emocionante e personagens bem construídos, o elenco sensacional complementa cada aspecto da história. A mãe de Ruby, Jackie, interpretada por nada menos que a atriz premiada pela Academia, Marlee Matlin, o seu divertido pai, Frank, vivido por Troy Kotsur, e seu protetor irmão mais velho, Leo, feito por Daniel Durant, todos são surdos na vida real, trazendo uma representatividade e uma genuinidade ainda mais importante para a narrativa.


Além disso, Emilia Jones simplesmente brilha no papel de Ruby (deu de dez a zero para a sua performance em Locke & Key da dona Netflix!). A atriz não só navega muito bem entre o tom humorístico e dramático do longa, como também tem a voz perfeita para emocionar os telespectadores sem muito esforço. Mesmo que a única atriz ouvinte do elenco principal, contribui de maneira impecável em todos os diálogos em ASL (língua de sinais americana), o que ajuda a manter a veracidade da obra.

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Você vai sair com o coração quentinho!


Entre poucos pontos negativos do filme (estou falando do romance pouco aproveitado de Leo), a produção de Heder cumpre muito bem o que promete. A trama trabalha a temática com delicadeza, construindo uma divertida e emocionante dinâmica familiar, ao mesmo tempo que levanta importantes questões, como o preconceito voltado para a comunidade surda, e as dificuldades enfrentadas por muitos jovens que vivem a realidade de Ruby, denominados de CODA (children of deaf adults - filhos de adultos surdos), o que dá nome ao título original.


Se você está buscando uma obra leve, importante e cheia de carisma, No Ritmo do Coração acerta em cheio em todos os aspectos. O filme não veio para impactar a audiência com um "dramalhão" atrás do outro, como normalmente vemos em obras com essa temática ou entre os indicados do Oscar. Na verdade, é exatamente o oposto. Sem muito esforço, o longa conquista o público por onde mais importa: pelo coração.


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